segunda-feira, 8 de junho de 2009

Carta do II Encontro de Estudantes Negros e Negras da UNE - ENUNE

Salvador, 07 de Junho de 2009


No Brasil, a principal comunidade que sofreu com a ação excludentes dos latifundiários e industriais foi a população negra. Primeiro, de forma escrava nas fazendas e depois como operários mutilados pelo capitalismo nas fábricas. Mas o povo negro jamais se curvou, resistiu nos quilombos, terreiros e movimentos negros, e construiu a luta pela superação do racismo na perspectiva da igualdade racial. É assim até os dias de hoje, e a partir desta óbvia constatação deve ser construída nossa intervenção em todas as camadas da sociedade

Fundada em 11 de agosto de 1937, a União Nacional dos Estudantes (UNE) é uma das organizações de mais longa vida na história do país, representam os estudantes universitários brasileiros, estes, cerca de quatro milhões de estudantes.

A partir da elaboração da juventude negra universitária e principalmente da contribuição do Movimento Negro, a UNE tem conseguido avançar no que tange ao debate racial e das políticas de Ações Afirmativas. Construímos a exemplo o ENUNE, a Campanha Por uma educação sem racismo - Pela defesa das Cotas Raciais, o ato nas Ruas do Rio de Janeiro em Junho de 2009 - em defesa das cotas, participamos do Fórum Baiano de juventude Negra e das comemorações do povo negro em Novembro.

A UNE sempre lutou pelos direitos das trabalhadoras e trabalhadores, estudantes, jovens do campo e da cidade. E sempre teve como central pensar políticas públicas para a juventude. É nesse cenário de mudanças e avanços nas PPJ que queremos dar foco para as demandas da juventude que historicamente tem tido menos acesso à Educação Brasileira.

Para nós é fundamental construir mecanismos específicos que tenham capacidade de incluir a juventude negra. Com esse eixo construiremos nossa intervenção no 51o Congresso da UNE com a pauta elaborada no II ENUNE, que é: Em defesa das Cotas Raciais, pela implementação de políticas de inclusão e permanência para juventude negra nas Universidades, contra a violência que a juventude negra sofre, pela ampliação da participação da UNE nas conferências e espaços que o Movimento Negro tem construído.

A UNE, a partir da elaboração do MN, tem capacidade de ter uma opinião mais avançada no que tange as demandas da juventude negra no debate de educação.

A UNE não tem nenhuma pretensão de ser a protagonista, mas quer dialogar com o Movimento Social para todos os dias construir nas Universidades do País a Luta Anti-Racista.

Estamos Juntos Na Luta Por Políticas Afirmativas Para um Novo Brasil!

UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES

DIRETORIA DE COMBATE AO RACISMO

www.une.org. br

www.unecombateaorac ismo.blogspot. com

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