
A nossa representação parlamentar é realmente muito ruim. É claro que ressalvo as exceções, porque elas, felizmente, existem. Constatar isso não me alegra. Mas é melhor ver os deputados que cometeram crimes punidos, do que assistir a impunidade rindo na nossa cara. O desgaste de um poder como a Assembléia Legislativa - por enquanto só ela -, pode, num primeiro momento, fortalecer o discurso de que a política é coisa ruim, associada a tudo o que não presta, contudo, serve também para mobilizar a cidadania. A indignação termina por trazer o eleitor a raciocinar melhor sobre o ato de votar, quando não o faz participar ativamente da POLÍTICA.
Mesmo, movido por essas preocupações, tenho que reconhecer que existem políticos que superam as expectativas na arte de desrespeitar o povo. Ainda se acham "otoridades" acima da lei. É revoltante ver, nos meios de comunicação, a notícia de que o deputado Marcelo Victor tem um mandato de prisão expedido contra ele, por ter agredido a um funcionário da CEAL que desmontava um "gato elétrico" em sua residência. O parlamentar explicou que não tinha “gato” e que só pagava R$ 75,00 de energia por morar numa casa humilde. Sem comentários.
O pior é que o deputado não esta só. A CEAL vem denunciando, há algum tempo, que existem usuários de energia, ditos ricos, que se negam a pagar suas contas e buscam até o apoio da Justiça para continuarem sem serem incomodados pelos alicates da empresa.
A verdade é que as classes dominantes de Alagoas construíram essa cultura da impunidade com mais competência e violência do que seus iguais do resto do país. Aqui ainda vale “o não pago e se reclamar apanha ou morre” ou o “poder público começa por mim e termina com a minha família”. Felizmente já dá para assistir, de vez em quando, um desfile deles em direção à Polícia Federal.
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